O grau dos nossos olhos é determinado pelo poder do cristalino (lente transparente no interior do olho), pela curvatura da córnea e pelo tamanho dos olhos (estes dois últimos são relativamente constantes durante a vida). Normalmente, uma fonte de luz pode produzir um ofuscamento visual, porém a acuidade visual não é afetada.
A catarata, geralmente bilateral, é um processo multifatorial que consiste na opacificação do cristalino e consequentemente aumento da dispersão da luz que adentra ao globo ocular, dificultando a percepção de objetos.
No início, as modificações geralmente não são uniformes, podendo ocasionar maiores ou menores alterações da transparência em apenas um dos olhos. Nestes casos, a simples substituição das lentes dos óculos já é suficiente para restaurar quantitativamente a função visual normal.
Entretanto, em certas condições de iluminação, as alterações qualitativas ainda podem persistir e dificultar as atividades normais ocasionando uma substancial sensação de ofuscamento á luz: a utilização de lentes especiais (escuras e/ ou polarizadas) podem minimizar a diferença e restaurar a harmonia visual entre os olhos.
Alguns tipos de catarata tendem a ser mais centrais e geram sintomas unilaterais e assimétricos mais severos e mais precocemente (já a partir dos 30 anos). Nestes casos, a melhor opção é a cirúrgica, já que pequenas modificações costumam ser muito mais limitantes ao indivíduo, especialmente nos horários de maior luminosidade solar e na presença de luzes artificiais. A utilização de medicamentos que dilatam a pupila é controversa, e a mudança do grau dos óculos não ajuda muito.
Outros tipos que evoluem mais lentamente geram um menor impacto mesmo quando só um dos olhos é acometido. È comum o individuo não perceber a presença da catarata porque as mudanças progressivas e leves alteram a homogeneidade do cristalino provocando um consequente aumento do grau de miopia, facilmente corrigida por óculos. Comumente sentem maior dificuldade visual á noite e no final da tarde.
Dificuldades que o idoso vai ter com um olho só
Estimativas indicam que no Brasil aumentaram a expectativa de vida e o número absoluto de pessoas idosas: em 2025 teremos a sexta maior concentração de idosos no mundo.
Os idosos têm a tendência á resistência ás inovações, e as limitações físicas podem torná- lós tristes e alterar sua autoestima.
A visão é um fator importante na qualidade de vida e na saúde do idoso. O impacto negativo causado pela inabilidade de executar tarefas fundamentais para uma “vida independente” (ex. leitura, digitar números no celular, pegar um ônibus ou dirigir automóvel) diminui a segurança de controlar o meio em que ele vive e a perda deste sentido, seja ela total ou parcial, torna-o refém do meio ambiente, podendo gerar ansiedade e até depressão, e até influir na função de outros órgãos. Há um declínio na produtividade e no bem-estar do idoso traduzindo-se em custos diretos e indiretos para a sociedade.
Cuidados devem ser tomados
Não existe tratamento clínico comprovado para prevenir a formação e progressão da catarata em um olho adulto saudável. As técnicas atuais de cirurgia, muito avançadas e minimamente invasivas, são o único tratamento para o problema.
Sexo feminino, idade avançada, predisposição genética, tabagismo exposição aos raios ultravioletas B (UVB), alcoolismo, diabetes descontrolada e uso contínuo de corticosteroides são os fatores de risco mais associados comprovados na progressão da catarata.
Os agentes antioxidantes e os suplementos vitamínicos descritos para a prevenção da catarata ainda permanecem incertos.
Fatores relacionados a traumas oculares também devem ser evitados (ferimento penetrante, choque elétrico, radiação ionizante e infravermelha).
Resp. Téc. Dr Romeu Chiaramelli – CRM MG 44287 / CRM MG 8885